domingo, 21 de junho de 2015

A Garra Esquerda do Leviatã

Deserto Billings, privatizado pela fusão CUT/Monsanto desde 2020. 

Quando não é o braço direito armado do estado, que escrevo em minusculo para não o divinizar, que nos rende é o braço esquerdo do sindicato estatal que nos aperta. Quantos tentáculos, pinças e garras pode ter esse imenso monstro estatal?

Digo isso pensando na frase que ouvi durante essa greve do professor de História da rede pública que disse: "o atual sindicato não é pelego, ele é o estado." 


As greves estaduais dos professores ficaram isoladas, não porque isso fosse uma novidade, mas sim porque é parte da lógica do arcabouço jurídico pelo qual o sindicato esta calçado que o faz manter o continuísmo governamental e o retrocesso fascista. Ao contrário do que pensam os mais entusiastas amantes do Leviatã, o governo tem sim prioridade na educação pública.


Porém essa prioridade esta em seu sucateamento,  uma prioridade provada na constante  retirada de investimentos de dinheiro público neste setor com o objetivo de despolitizar as crianças mais pobres, mantendo a miséria e as desigualdades sociais, contribuindo com a falta de reflexões filosóficas, definindo o papel dos trabalhadores como servos menos conhecedores dos mecanismos de transformação e controle social que os cercam.


Dentro desse aparato imenso do estado esta o sindicato pelego, criado durante o governo Vargas por Oliveira Vianna na formação da legislação social e trabalhista brasileira o papel dele na divisão e enfraquecimento do trabalhador diante da organização anti-estatal se tornou muito mais frágil. O exemplo disso foi o massacre aos professores no Paraná, em Goiás e na cidade do Macapá a criminalização de professores em São Bernardo do Campo, a prisão de um professor na Assembleia Legislativa de São Paulo, os tiros contra professores no comando de greve na zona leste e a morte de professores grevistas em São Paulo não comoveu as demais classes de trabalhadores. Essas não mais conectadas com as lutas novas que estão se formando durante o desigual duelo pelo controle dos meios de produção de riqueza se concentram unicamente em suas necessidades particulares e não compreedem a necessidade de romper com o limite de sua lógica, que inclusive tem sido cada vez mais engolida por um caráter partidário ao invés de classe no contexto histórico, a partir das lutas de enfrentamentos e resistências.
Prova disso é que mesmo batendo o record de tempo de greve, não houve nenhum atendimento às pautas de reivindicações. Nessa greve registra significativo momento histórico e político, ao desmascarar as forças reacionárias do governo Dilma, da articulação do PSOL-PSTU e o PCO que repete a mesma ladainha de um possível golpe fascista de direita que pode vir com o impeachment.  Nada mais falso, apenas são o que sempre fora, satélites do PT e forças auxiliares mesmo em suas mais ferrenhas críticas, os oprimidos operários do partido vermelho sonham em se tornar opressores porque como nos disse Paulo Freire  não tiveram educação libertadora.


Mais do que libertadora, revindicamos uma educação libertária. Não só tememos que o projeto de lei Nº 4330 se estenda, mas que se ignore que a terceirização como diz o texto de justificativa dessa lei seja ignorada como uma realidade.


Enquanto PT e PSDB com suas práticas ditatoriais se colocar usando dinheiro público por desvio de empresas privadas por meio de qualquer "mensalão" ou "petrolão", não nos resta a saída para crise a não ser a velha e óbvia ação direta  nas escolas,  nas ruas, praças  e avenidas  contra  os governos e o sistema; sistema este que achaca o mundo do trabalho e os trabalhadores de todo o mundo com sua ideologia de liberalidade para com o capital e de completa exceção para com o povo, apoiado por sua grande mídia, sua máquina de guerra e seus abutres do sistema financeiro nacional e internacional.

Mesmo os ditos revolucionários irão trair nossas bandeiras negras, eles querem apenas um lugar ao sol para descansar em seus confortáveis cargos políticos e viver dos recursos estatais. Os socialistas de estado não ousam arriscar seus cargos para defender com vigor a luta dos trabalhadores, irão dizer que não aguentam mais lutar e que já sofreram o que deveriam.


Como se algum deus burguês se comovesse com suas lágrimas de martírio, como se as pautas de revindicação dos professores algum dia tivessem sido o norte da direção do sindicato que na verdade só tinha por objetivo tentar reforçar a polarização entre uma esquerda e uma direita que não tem nenhuma ideologia real. Nem o dito partido dos trabalhadores e nem falado social-democrata tem qualquer preocupação ideológica sequer com a social-democracia ou o trabalhismo. Seu foco é parasitar a Petrobrás, gerar créditos ilimitados até para a campanha de Marina Silva e fatiar o bolo do estado com seus amigos para que esse melhor escute sua real função: a de oprimir a classe trabalhadora.


O que estamos assistindo é um truque bem engendrado. Um estado que faz o povo tentar procurar olhar da esquerda para direita, enquanto ele nos esmaga de cima para baixo. Um movimento ditatorial vindo de todos partidos, completamente coniventes com nosso sofrimento e indiferente por achar meios para conseguir mudar.


Professores, estudantes e a sociedade ao enfrentarem os capangas do Sindicato e os partidos que vivem dele enfrentam a correia de transmissão do Estado, esse eterno terrorista.  E nossos punhos contra eles pedagogicamente educam de forma revolucionária numa nova direção à Conquista do Pão.

Lutar e resistir é preciso! É nisso que iremos ensinar que não esquecemos e não perdoamos... Esperem por nós!

domingo, 3 de maio de 2015

Professores do PR planejavam ir a protesto com camisa da CBF para não apanhar mas salário não deu

Professores Anonymous e Black Blocs lutaram para vestir uma única camisa do Brasil que apareceu.

Segundo um dos professores que lideraram a manifestação no Paraná, antes do protesto, todos foram aconselhados a se vestirem com camisetas da CBF para evitar agressões por parte da PM. Em São Paulo, por exemplo, pessoas vestidas com o uniforme oficial criado pela Nike para a seleção brasileira, que custa em média R$ 300, eram abraçados pelos PMs e ganhavam fotos de brinde.

“Infelizmente, a última vez que comprei alguma coisa de mais de R$ 300 foi uma prótese de platina para colocar no braço que um aluno me quebrou”, conta a professora Gertrudes Maria, que dá aulas na rede pública em Curitiba há 27 anos.

Durante o evento muitos Anonymous e Black Blocs lutaram para vestir uma única camisa que apareceu com o objetivo de se disfarçar e evitar o confronto.

sexta-feira, 1 de maio de 2015

No Brasil ensinar é Guerra ...







Em tempo de guerra, a primeira vítima é a verdade. Depois da pancadaria no Paraná, duas histórias chamaram a atenção pelo ineditismo, cada uma especial à sua maneira. A primeira envolveu o soldado Umberto Scandelari, de Curitiba.


Scandelari publicou uma foto dele mesmo nas redes sociais com as mãos e o rosto manchados do que parecia ser sangue, juntamente com a legenda: “Professor, conta outra…”

Viralizou. Um exame não muito detido na imagem, porém, levantava algumas dúvidas quanto à consistência dos ferimentos. Parecia canetinha hidrográfica.

A Polícia Militar paranaense admitiu que era tinta. O resultado de uma bomba usada “para marcar pessoas que estão envolvidas nos protestos”. Foi de mártir a pateta em minutos. Se bobear, ainda tinha uns escalpos no armário.

A outra crônica envolvia um grupo de policiais que teria resistido em participar do ataque aos grevistas. De acordo com o Broadcast, serviço da Agência Estado, que deu o “furo”, eram dezessete que “foram presos por se recusar a participar do cerco”. A informação seria do Comando da PM.

Mais tarde, os dezessete haviam se transformado em “pelo menos 50”. Um portal local assinalou que aquilo até pode ter sido um ato de desobediência, mas era também de coragem.

No entanto, a cena incrível não fora testemunhada por ninguém. Qual o nome de pelo menos um deles? Onde estão esses heróis?

Provavelmente, em lugar nenhum porque não existem. A PM e a Secretaria de Segurança Pública desmentiram. A OAB confirmou que nenhum policial foi detido.

É o triunfo do chamado wishful thinking. Entre aquelas centenas de homens, alguns poucos — nem tão poucos assim, dependendo da fonte do boato — tomaram uma atitude sobranceira e resolveram fazer a coisa certa e correr o risco. São homens, não ratos. Obedeceram sua consciência e conseguiram se insurgir contra o mal. Etc etc. Irresistível como ideia.

Tire o pônei da chuva. O pessoal cumpriu muito bem as ordens. O retrato fiel daquela PM é a do sujeito que se maquiou de cor de rosa para alegar que foi espancado depois de descer o porrete nos vagabundos — não o dos bravos insubordinados.

E vamos lembrar: o Estadão, que soltou a nota, é aquele jornal que publicou que golfinhos estavam sendo treinados na Ucrânia para desarmar minas carregando armas de fogo e que Jack Nicholson está com Alzheimer.

Simplificando em uma imagem a repressão aos professores de greve no Paraná, mas não só nessa greve, mas em todas as greves e protestos populares, a não serem, claro, aqueles de direita, "contra a corrupção", vestidos de CBF, com reivindicações esdrúxulas dos mais diversos tipos, bandeiras do Brasil e tirando selfies com os únicos de classe baixa que simpatizam, os policiais, mas a maioria nunca devem ter levado porrada sem motivo em uma greve ou protesto por mais justo e digno que seja, afinal, pra que esse tipo de pessoa faria greve?

Hoje é dia do trabalho! Quem é que realmente esta mudando esse país? Todos precisamos acordar e ver quem realmente é o inimigo... E trabalhar para extinguir da humanidade qualquer tipo de parasita e assim o mundo será um só...

quinta-feira, 19 de março de 2015

Dilma Contra-ataca.

Enquanto o povo sem bolsa-família bate panelas a presidente Dilma Rousseff age rápido... (Posso chama-la de presidente enquanto ela não esta olhando) e já anunciou a substituta para a vaga do ex-ministro Cid Gomes. Dilma disse que vai continuar a levar muito a sério o lema “Brasil, Pátria Educadora” e, por isso, Carla Perez é a pessoa mais indicada para o cargo. Um dos projetos dela também vai convidar Suzane von Richthofen para Secretaria dos Direitos Humanos e o ex-traficante Marcola para o ministério da Justiça. A presidente chegou a pensar em Luciana Gimenez para a Educação, mas ela só pensa em inglês.

quinta-feira, 21 de março de 2013

Queremos Feliciano Fora?

Eu posso até parecer um insano ao dizer isso, mas sinceramente não vejo o porquê. Eu sei bem que afirmam que vamos avançar com o pastor racista e homofóbico fora do poder, mas sinceramente na história humana ser puramente moderado pode atravancar ainda mais as lutas. A dialética entre Marco Feliciano se embate diretamente com Jean Wyllys, um ativista do PSOL que se coloca como um defensor verdadeiro dos direitos humanos. Direitos no sentido mais pequeno-burguês, na proteção mais classe média possível. Ninguém percebe que a repressão da sexualidade sempre foi do interesse do pensamento conservador e de direita e que no o caso é sempre o proletário vítima do racismo e preconceitos diversos durante todo o tempo que a figura do explorado existiu. É talvez por isso que Jean Wyllys luta pela cadeira de direitos humanos pelo PSOL, que agride diretamente Feliciano nos mesmo moldes de ato político que usou quando ganhou 1 milhão de reais no BBB. Quem já teve o desprazer de trabalhar para a Globo sabe que só quem tem um grande Q.I. lá dentro consegue espaço. A estratégia é a mesma ainda, se conectar ao fato de ser homossexual e da homossexualidade ser alvo da direita cristã para se manter como uma vítima igual à todos os gays do país. Mas acontece que ele não é um gay igual a todos, assim como Lula não é igual à todos proletários do mundo, assim como Dilma não é igual minha mãe só porque ela é mulher. A verdade é que existe um messianismo na esquerda, dedicado a elevar de forma bastante semelhante à direita algumas figuras carismáticas do nazi-fascismo. Infelizmente eu sei que o Feliciano é péssimo, mas o objetivo é bem parecido com o de Wyllis, ter um cargo maior... E isso é que me faz ver que o povo tem de continuar trabalhando para vencer os discursos de que heróis são quem esta acima de nós. Eu sou um artista marcial, filósofo e sociólogo de esquerda e Marcos Feliciano não me representa, mas nem Jean Wyllis também não! O dia em que ninguém nos representar seremos todos governantes. Gláucio "Speedy" Gonzales, Porque a anarquia é o trabalhador por si mesmo.

domingo, 31 de julho de 2011

Funarte: Uma luta pela Liberdade da Cultura!

A primeira parte desse texto refere-se ao que declaramos em Assembléia como parte de nosso Manifesto.


FUNARTE: pode entrar, a casa é de todos
Segunda carta produzida pelo Movimento dos Trabalhadores da Cultura sobre a ocupação da sede paulistana da FUNARTE


Desde segunda-feira, 25 de julho de 2011, os trabalhadores da cultura ocupam a sede paulistana da FUNARTE (Fundação Nacional das Artes). Por mais de 10 anos de inoperância, ou operando com migalhas distribuídas por meio de editais sem periodicidade, insuficientes e usados para conter a organização da classe trabalhadora, a FUNARTE chega à falência.

Em socorro a esta instituição, e com aval da última diretoria fantoche, nós trabalhadores da cultura precipitamos sua revitalização – não mais como órgão mediador e contentor das demandas dos trabalhadores, mas como espaço vivo, autogestionado, com produção intensa de cultura, pensamento, participação e rebeldia.

Os portões estão fechados mas a casa está aberta. Temos medo. O Estado detém o monopólio legal da violência e suas forças armadas (polícias federais, estaduais, municipais e exército). Não temos armas, e garantimos nossa segurança e a vitalidade do espaço com portões cerrados aos representantes deste Estado. A casa está aberta.

É preciso também destacar que não houve ameça aos funcionários da FUNARTE. O SINDSEF-SP (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal de São Paulo), que representa também os funcionários da FUNARTE, está inclusive apoiando nossa ocupação, e neste sentido tornou pública uma carta chamada, sintomaticamente, “Pelo respeito ao direito de lutar!”

Nestes dias de exceção, este prédio experimenta sua verdadeira vocação a espaço de cultura. Ensaios de grupos teatrais, de bandas musicais, grupos de maracatu, estudos conjuntos, são realizados ao lado das tarefas de limpeza, segurança, alimentação, infra-estrutura, comunicação, programação, etc., por meio de grupos de trabalhos rotativos. Sindicatos, movimentos sociais e organizações artísticas de todo o Brasil se solidarizam com esta luta. Doações de alimentos, moções de apoio e a participação direta na ocupação, referendam o acerto de nossa impaciência.

É curiosa a afirmação de que não dialogamos. Os acordos firmados e construídos durante mais de 8 anos foram ignorados por esta administração que se comprometeu com a continuidade. É consenso publicado, desde a presidente Dilma ao presidente da FUNARTE Antônio Grassi, que são favoráveis a todas as nossas exigências. Tanta desfaçatez nos faz crer que o Estado é uma estrutura anti-popular e existe em função dos interesses do capital

Um governo que se diz de esquerda, deveria agradecer e fomentar a participação e mobilização popular que são a força motriz na construção de novos paradigmas sociais.

Todo trabalhador quando faz arte coloca o mundo às avessas.

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Eu sonho apenas que cada pessoa possa seguir meu próprio caminho a partir da consciência do mundo, um processo onde se toma conhecimento de sua posição no mundo é um processo de perceber sua a posição na sociedade e sua posição dentro do capitalismo.

Quando se ignora o capitalismo se ignora sua posição nele, seu estado de espírito, sua vida e sua coerência de ação se perde e a noção do que se fazer.

Alguém que afirma se por contra essas amarras é muitas vezes confundido por lutar contra elementos dessa prisão. Em nossa sociedade temos pessoas que se usam de um discurso libertário e que afirmam estar contra a repressão e reprimem mais do que uma porta com ferrolhos de ferro medievais.

A violenta da miséria, criada pela exploração do trabalho cria uma série de elementos simbólicos que a força ide do que a da violência simbólica que justifica essa relação de repressão.

Por muitos anos o mais disfarçado elemento de luta foi o Tropicalismo, os elementos do que é libertário acabam se tornando uma poderosa libertinagem.

É difícil ver que o capitalismo sequestra a Cultura e com textos bem escritos geram e a fome e fazem uma linguagem apolítica de analfabetismo, cheia de repressão, resignação, intimações, etc..

Eu estou aprendendo cada dia mais que existem exércitos estratégicos de violência como os do Teatro Oficina que se colocou como um aliado, mas na verdade seu líder o parnasiano Zé Celso.

Estivemos em apoio à grupos sem teto e do MST, ouvimos boatos de ameaças e sombras e ameaças. Próximos à nós tentamos auxiliar outros trabalhadores na luta por melhores condições de sobrevivência.

A Polícia Militar cumpriu naquela manhã de sexta-feira uma sentença de reintegração de posse que deixou 200 pessoas, incluindo crianças e idosos, sem moradia. As famílias de sem teto ocupavam um prédio em condições precárias na alameda Nothmann, em Campos Elíseos, na região central. Quase parede com a Funarte.

Os moradores deixaram o prédio pacificamente e decidiram montar um acampamento em frente ao imóvel para aguardar um posicionamento da prefeitura sobre atendimento habitacional para as famílias.

Uma decisão judicial tomada na terça-feira pela juíza Márcia Cardoso, da 37ª Vara Cível de São Paulo. Segundo a sentença, "o imóvel é conhecido pela Secretaria Municipal de Habitação como objeto de 'assentamento'".

De nossa “Ocupação de Cultura” tentamos um processo de democratização concreta da democracia formal, onde um posicionamento estratégico tem de ser lançado contra um sistema que empobrece o corpo e a alma.

As portas de nossa ocupação deveriam de estar abertas às Multidões. E não somente seguindo aos interesses financeiros individuais, como Zé Celso constantemente se dispõe fazer.

Zé Celso é um individuo que baseia seu modo de ver e existir num niilismo dionisíaco, uma marcha pela estética que presa que as pessoas tenham de transar com ele para poder fazer teatro. Um falso revolucionário da liberdade que comete as mesmas orgias que muitos políticos corruptos fazem. Ele, em palavras mal escritas, esta pouco se fodendo para nossas necessidades.

Particularmente não sou contra as orgias, sou apenas contra a coerção sexual. Muito pelo contrário... Sou um defensor dela como emancipadora da consciência e justamente por isso não acredito que alguém que quer fazer um teatro diferente tenha de fazer sexo com seu diretor de cena obrigatoriamente.

Quando falamos da cultura que produzimos, falamos da constante realidade. O micro e macro cosmo de cada elemento vivo. E muitas vezes os elementos se confundem, a vida se confunde, a realidade se mostra com várias facetas. Porém essa luta é uma luta por nossa necessidade de viver e poder fazer arte.

É impossível ao faminto expressar o que sente ignorando sua fome! Isso é o que Zé
Celso precisa admitir para os que o seguem e não mais esconder.

Quando ele diz que: "a responsabilidade que temos nós artistas de produzir, na batucada cambiante de ritmos da Vida, a criação de Novos Valores Comuns que são Infraestrutura em que tudo se baseia." ele nega a real infraestrutura: comida, bebida.

É como diriam os Titãs: "A gente não quer só comida..." Mas se nem comida se pode ter, como eu posso esperar por diversão e ballet?

A contradição do Zé Celso se expressa nos milhões que possue, basicamente em seu poder financeiro que permite sua grandeza estética e espalhafatosa de teatro filmado. Porém muitos vão até suas peças assistir uma sessão pornô.

Adoro sexo, mas não preciso do Zé Celso me dizer como devo transar. O sexo é uma arma poderosa de manipulação. O próprio Zé sabe disso, falando de forma a sempre lembrar da repressão como argumento para se por como único caminho para a satisfação sexual.

Em seu aforismo hipócrita ele gera uma dúbia interpretação que o faz parecer atuar contra o Estado de coisas. Como no trexo abaixo:

"Na Arte do Teatro por exemplo buscamos conhecer o mundo e por conta disso eu acredito que existe o mundo Social e o Cósmico em nosso corpo, e decobrimos quanto fomos colonizados quando descobrimos nossas pulsões vitais. Então vamos espatifando camadas e camadas de Meascaras, Couraças, com que a “Sociedade Colonizadora de Espetáculos” nos civilizou.E fazemos isso sempre juntos onde buscamos o desenvolvimento máximo do nosso Potencial Individual e Coletivo. Nessas buscas criamos a energia, o combustível, o axé que devolve a nós todos colonizados, nossa percepção de termos Poder Humano de Liberdade e Criação para agirmos desconstruindo os velhos sistemas para nascerem novos."

E toda essa civilização mostra-se sempre ligada aos interesses de uma classe social economicamente dominante! Negar isso é de uma burrice tremenda, uma cegueira plena que não faz nenhum sentido. Porém pouco abaixo ele cria um texto neutro, apático que não prova nenhum posicionamento.

"Percebemos, fomos nós bichos humanos que criamos Estado, Corporações, Partidos, Religiões, Ciências, Economias, Sistemas, e que cabe, a partir de nós mesmos e de nossa Arte, intervir no que foi criado mas que agora no momento, empata, congestiona, enfarta, o movimento natural de procriação viva da natureza e das máquinas que nos servem. Enfim o belo verso de Marx: as forças de produção através dos mortais reunidos, mudam as relações que emperram o fluxo das pulsões vivas."

Citando inclusive Marx, que é uma referência que ele negou plenamente ao afirmar que nós nem somos trabalhadores.

"Tive a sorte de fazer uma ponta numa novela da Globo, e minha idenização pela Tortura ter chegado. Com esse capital, e algum dinheirinho que pinga na Casa de Produção do Oficina Uzyna Uzona, vou juntamente com todos que tem alguma coisa no Tyazo = Grupo de Teatro, compartilhando dinheiro, comida, cama, e buscando o dinheiro que precisamos pra podermos fazer a festa que queremos fazer dia 16."

Eu adoraria saber que provas ele tem sobre essa falsa tortura, que nunca aconteceu! A ditadura nunca colocou a mão nele... Porém seu claro desinterese por nossa luta e sua falsa cara de apoiador e sua canalice se fazem presentes depois.

"Mas quando eu disse que nós da Cultura não éramos “trabalhadores”, que vão à uma fabrica construir um carro e receber um salário mas sim “Cultivadores da Cultura”, o Tabu “Trabalhador” trouxe o inconsciente colonizado do Imaginário e do Repertório dos Gestos Clássicos do Trabalhador do século 19, dos Braços Cruzados ameaçadores dos Facistas Romanos, expelido por uma energia de bomba atômica recalcada de Ódio."

Não foi tão simples, é dificil para mim mero mortal que não tem um teatro igual ao do Zé e não tem sua influência explicar como ele desmereceu todos nós e tentou desconectar nossa luta como uma luta vinda diretamente da classe trabalhadora.

Em momento algum os expulsamos, em nossas fileiras existem pessoas ligadas à militância por uma democracia direta...

Depois dele dizer que não era um trabalhador, o que de fato eu devo concordar, passamos a ignora-lo e então eles quiseram sair.

Pessoalmente coordenei a equipe que fez com que essas pessoas, defensoras de nossa miséria, saissem em fila de 1 aos gritos de que eu era um Nazista.

Eu respondi ao Zé que Nazismo é usar de uma influência poderosa para fazer pessoas o seguirem cegamente como um deus. Me seguram achando que eu iria agredi-lo...

Quando ele estava para sair dançou na porta zombando de nós, temi que alguém do governo à quem Zé representa pudesse entrar nessa hora. Eu então o abracei e falei para os outros dos nossos colegas que Zé Celso decidiu ficar. Ele então perdeu o rumo, não sabia o que dizer. Sem graça e envergonhado o poderoso ditador do modo correto de viver e fazer teatro se encolheu e saiu pela porta.

É simples perceber a quem Zé Celso é subordidado apenas ao ver a estrutura física do Teatro Oficina. Essa estrutura física é que de fato chamamos de infraestrutura. É essa a real fonte de caráter e luta. O mundo material. Não se sonha sem cérebro, não se pensa sem comida na mesa...

Que Zé viva seu caminho se opondo aos meios que os trabalhadores tem para enfrentar o sistema. Eu continuo minha luta, aceitando tudo que o coletivo da Funarte declarar.

Não estamos isolados, apenas nos protegendo... E Zé mesmo declara que não nos quer com dinheiro para trabalhar. E podemos ver isso dele mesmo.

"Escrevi nas eleições presidenciais um texto de apoio a Presidente Dilma Roussef, mesmo sentindo que na época ela como Caetano Veloso, não percebiam a importância no Governo Lula, do Ministério da Cultura potencializado em seu Orçamento pela primeira vez na História do Brasil e germinando uma Primavera Cultural para explodir no ano de 2011."

Essa primaveira vira, Zé... Mas não é pelas mãos do governo para quem você oferece seu cu constantemente e sim porque vocês que caçam os trabalhadores de todos os setores um dia irão tremer diante do poder despertado das pessoas, TODAS as pessoas oprimidas, se manifestar.

Aí quem sabe Zé Celso, seu nazismo também termine. Quem sabe nesse dia nós não tenhamos de nos esconder. Enquanto isso, um dos nossos o tachou como "uma bomba de hidrogênio estética".

Vá trocar uma idéia com Silvio Santos... Quem sabe ache o conteúdo intelectual que te falta no Baú da Felicidade.


Gláucio Gonzales,
Por um direito de viver uma cultura de viver direito.